Quero mais ... Sonho-te no jacuzzi ...


Sonho-te tantas vezes, mas tantas vezes que confundo os sonhos com o real, como se pudesse alçar a minha, esticar o meu braço e tocar-te. Sonho-te no meu jacuzzi, o teu jacuzzi, um jacuzzi, um espaço branco e cheio de vapor, juntos na água quente. Imagino os teus peitos, duas borbulhas de seda, duas elipses desenhadas na superfície da água, o vapor condensado na tua pele nua, espelhos que reflectem as gotas que caiem, uma a uma.
Imagino os teus joelhos, emergindo entre brumas, adivinhando o contorno das tuas pernas por baixo da água, a tesura do teu sexo submergido, húmido entre a humidade, quente entre o calor da água e os dedos dos teus pés, tocando nervosos uns nos outros, as tuas mãos caídas, uma para cada lado do teu corpo, relaxada, respirando longa e profundamente, enquanto os teus peitos levantam pequenas ondas, ondas que morrem na superfície plana do jacuzzi.


Vejo as tuas costas, sentado por detrás de ti, o teu dorso contra o meu peito, a tua cabeça contra os meus ombros, o teu corpo encaixado entre as minhas pernas. Os meus dedos derramam champô sobre o teu longo cabelo e enroscam-se pela tua nuca, os dedos raspam devagarinho no sentido descendente e sinto o relaxamento total do teu corpo, acariciando a pele, suave e firmemente, enquanto ouço-te suspirar, enquanto os teus mamilos são os provocadores das ondas sobre a água, marcam o ritmo certo, o ritmo da vida que mexe dentro de ti, o ritmo diabólico dos meus dedos que dançam sobre a tua pele.


A espuma desliza sobre a tua nuca, uma língua com vapor e branca que te percorre e à que invejo o seu contacto, por tocar-te de tão leve e o seu escorregar pelas tuas costas, dando brilho à tua pele morena. E não detenho os meus dedos, que semeiam bolinhas no teu pescoço, a deliciosa curva que morre nos teus ombros. Gosto de ver como a água se acumula nesse pequeno oco que neles se forma, um charco, água que fica doce com o contacto da tua pele. Sigo pelos teus antebraços, aperto de leve o teu músculo braquial, deslizo até ao cotovelo e faço umas circunferências, deslizando até chegar às tuas mãos e acabar nos teu dedos, agarro-me às tuas mãos, aperto-as, como de cada vez que o orgasmo se vai dentro de ti. Abraço-te e rodeio-te, aperto o teu corpo mais ao meu.


As tuas mãos conduzem as minhas pernas para as tuas, colunas de um templo submergido, um lugar de que tantos poetas contaram e cantaram lendas, surpreendo-me com o tacto, mais suave ainda do que a espuma que te cobre, deslizo pelos teus músculos, separados, recebendo-me com a sabedoria da tua feminilidade, conhecedores do trajecto da minha viagem, do destino inconsciente dos meus dedos. Caem, impávidos, lentamente, percorrendo cada centímetro da tua pele, sabendo onde quero chegar, mas não quando. Inquieta que estás, expectante, desejosa de carícias, faminta do prazer que sempre te tento.


Durante uma eternidade, as minhas mãos acariciam o espaço que falta para chegar ao teu sexo, a tua cabeça gira, procurando os meus beijos, sedenta do meu sabor e da minha saliva, com a frieza desenhada nos teus olhos, criando tormentas com o teu corpo no universo branco e cheios do vapor que nos rodeia. A água oscila, sobe e baixa, deixando ao descoberto os teus peitos em cada vai e vem. Esqueço-me de tudo, salto o caminho, prescindo do meu espaço e apodero-me dos teus mamilos, estico-os e aperto-os até que deixas escapar um gemido mais profundo, aperto com alguma firmeza e faço carícias na sua ponta, a dureza aumenta e o teu sussurro a dizeres para continuar, os gemidos são mais intensos, aperto os peitos, deixo os mamilos entre os dedos e moldo o teu prazer a meu desejo.


A minha mão direita volta a submergir, escorrega pelo teu ventre, esquivando-se do teu umbigo, para se deter no nascimento do teu sexo, o ponto em que a carne se faz fogo, e que se abre para me mostrar o éden pelo buraco de uma agulha, acaricio os teus lábios, rasurados, suaves e sedosos, noto como estão inchados, mais quentes que a água quente, desço até ao final do teu sexo, percorro a pele que o separa as tuas nádegas, procurando o teu cú, palpitante, objecto de desejo das minhas carícias. Ascendo de novo com lentidão, desfrutando de cada passo que dou, do caminho que percorro a mais da meta que pretendo atingir, e desenhando uma linha recta que divide o teu sexo em dois, apontando à dureza do teu clítoris, altivo e inchado, que aperto entre os meus dedos para o fazer meu, para arrancar-te gemidos infinitos de prazer, de luxúrias incontidas.



Não paras de mover, para a frente e para trás, a água transborda o meu jacuzzi, o teu jacuzzi, um jacuzzi, procurando os meus dedos enquanto mordes os lábios, enquanto a tua língua se enrosca na minha de um modo impossível de desatar, e entro em ti, um dedo, dois, e fazes-te água com água, dissolves-te, faz-te vapor, bolinhas, és espuma de mar, corrente que me arrasta até ao fundo do oceano e afoga-me.
Mais profundo, mais dentro, os meus dedos traçam o círculo perfeito, sem princípio, sem fim, acelerados, ao compasso da tua bacia, enquanto pedes mais, mais, mais, que queres mais, o meu sexo erecto, levanto-te as nádegas e deixo-te cair sobre o meu sexo, ficamos unidos sem fissuras, sem limite entre o teu e o meu corpo, oscilante o pêndulo que escreve o meu futuro.



Moves-te, movo-te, ascendes para fazer-me descer ao inferno no qual isentarei a minha pena e a minha culpa, desces e fazes-me ascender aos céus no que vejo a glória do teu rosto, e presenteias-me com a corrente dos teus orgasmos, um depois do outro, chovendo sobre molhado, derramado um sobre o outro, empapados um do outro.


Sonho-te tantas vezes, que desde o mesmo instante em que me separo de ti, começo a sonhar-te, sabendo que só encontrar-te-ei quando …


Beijos
J.