Quero mais ... Reencarnar na Antónia ...


As suas mãos percorriam a pele arrepiada na noite fria, os poros inchados sobressaiam do seu corpo, as suas costas erguiam-se a cada carícia, os seus lábios murmuravam a paixão.

Antónia gemia entre as batidas, os seus dedos afogavam-se na noite, perdendo-se na pele suada, o néctar fluía do seu interior, clamava desejos escuros, a sua mente fazia a mente deste estranho amante, os sentidos faziam-na movimentar-se desordenadamente, o seu ventre colava-se às suas costas, os peitos erguiam-se de êxtase depois das molhadas carícias, os seus mamilos desenhavam desejos, erguidos, erectos, duros, mostrava um corpo rendido aos prazeres, os seus lábios de gemidos miúdos transformaram-se em rosnados afogados, os sons do seu corpo eram apertados pelos seus dentes, o desejo a levava por caminhos de espasmos, a sua mente pintava de rosa, azul, violeta, multi-cores os seus pensamentos, e a noite caía, como uma tormenta, inundando tudo, os dedos que outrora tinham desaparecido, apareciam agora e o fluido corria pelos dedos, era a noite esperada, a noite dos amantes.

Gostava de ter as mãos da Antónia para deslizar sempre na sua pele, escorrer entre as suas pernas, sentir a suavidade e conhecer os seus desejos. Noites de insónia pensando nos seus dedos e sentir-me culpado por a desejar. Só me quero sentir entre as suas pernas, cheirar, saborear e roçar na sua pele.

Malditos desejos, a minha mente profana, vou morrer consumido por este fogo. Se voltar a viver a minha alma virá reencarnada num corpo de mulher. Os seus dedos, serão os meus. Essa mulher és tu, Antónia.

Escorregarei pelo teu corpo, separando as pernas, roçarei o teu sexo de leve, misturarei a minha saliva com os teus fluidos, serei suave, sorrateiro, serei os teus desejos, reencarnarei os teus dedos. Percorrerei as tuas muralhas cobertas da suave humidade do teu sexo, perder-me-ei, irei fazer brilhar mais a tua pele molhada pela minha língua, pela minha boca.

Entre os meus dedos afogarei o teu clítoris de prazer, farei tremer o teu corpo, envolverei os teus peitos com firmeza, os teus mamilos rodearei, entre os meus dedos e vê-los a crescer coroados pelos poros inchados da tua pele, suavemente os teus peitos apertarei. Tocarei os lábios vaginais e a sua rugosa pele, esfregarei a palma da minha mão no teu sexo, as tuas nádegas acariciarei.

Quando voltares a nascer, as tuas mãos serei, e, ainda que as escondas, as encontrarei. Entre sedas e lençóis a minha alma será envolvida na tua mente procurando o prazer.

Nas mãos de uma mulher após a minha morte encarnarei…

Beijos
J.