Quero mais ... Vem ...


- Vem.

Três letras, apenas estas três letras, mas as suficientes para trazer-me a reminiscência de prazer incontestável.
Fiquei parado na ombreira da porta, olhando-te. Nua sobre a cama, de joelhos, as costas erguidas, o teu rosto olhando a parede, sem querer ver-me. Aproximei-me devagar conforme a minha ansiedade permitia, beijei a tua nuca, afaguei os teus cabelos, beijei o teu pescoço, os teus ombros, deslizei a minha boca pelas tuas costas, enquanto as minhas mãos se acoplavam nos teus peitos como duas peças de um tabuleiro de xadrez, na perfeição. A sensação de sentir os teus mamilos crescendo entre meus dedos, não posso comparar com nada deste mundo, quiçá de outros, mas não deste. Lentamente, endurecem-se, arranhando as palmas das minhas mãos, arrancando o perfume de rosas.

O teu dorso, é a estrada que me leva até éden, o caminho que andarei uma e outra vez, almejando a chegada, mas desfrutando da viagem. Deixas o teu corpo cair para a frente, deixando o teu cú e o teu sexo, descobertos para mim. A sua visão é singelamente embriagadora, e não posso passar sem morder os meus lábios com a ânsia de que a próxima mordedura seja a tua carne e não a minha. Levas as mãos às tuas nádegas e com uma sublime delicadeza, aparta-as, ofereces-te, submissa, entregada, dando-me todo o teu ser, esperando que receba tudo o que tens para me dar. E não descolo da tua petição, faço o teu corpo o meu, e minha língua cresce e se multiplica, e os meus dedos tremem indecisos, sem saber que prega da tua pele acariciar.

Começo por tocar no teu sexo, leve, sem o penetrar, lambo devagar, desde o fim das costas, deslizo pelo reguinho, chego ao teu cú, e faço alguns círculos e entretenho um pouco a minha língua, desfruto o tacto, notando como se abre e fecha, como vibra ao contacto do meu alento, continuo lambendo, desloco-me em direcção ao teu sexo, e quando chego, sinto na ponta da minha língua a tua humidade, olho, está brilhante e sedoso, entreaberto, quente, com a língua penetro apenas a tua entrada e faço força para que ela deslize entre os teus lábios até chegar ao teu clítoris, que chega e sinto-o duro, sensível, palpitante, sinto os teus arrepios e os teus gemidos surdos, começo a devorar o teu sexo, sem medo, adoro o cheiro e o seu sabor.

Agarras-te com força aos lençóis, e vais abrindo as tuas pernas lentamente, começas a esfregar o teu sexo na minha boca e queixo, a minha barba de um dia ao roçar em ti, excita-te mais, sei disso, tenho a porta da perdição, mesmo em frente à minha boca, começo a penetrar com dois dedos o teu sexo, roço o teu ponto G, sinto-o, rugado mas macio, leve e empolado, com a minha boca, agarro o teu clítoris e chupo-o freneticamente, faço-te o minete mais adorável, masturbo-te o clítoris com a língua e com a boca, os meus dedos continuam entrando e saindo do teu sexo, sempre roçando de leve a tua zona mais sensível, não gemes, apenas soluças ao compasso dos meus dedos e língua, estou tão envolto na minha façanha que quando sinto os teus fluidos a escorrer e o teu corpo franzino em compulsões, é que sinto o cheiro e sabor do teu orgasmo, empapado do néctar da tua vitalidade colo a minha boca à entrada do teu sexo, absorvendo-o totalmente.

Giras, sorris, fincando os teus olhos verdes nos meus, levas a tua mão ao meu sexo teso, e aproximas a tua boca, primeiro dás um pequeno beijo húmido, depois o abocanhas e começas a sugar com força, com violência, não queres que dure, queres tudo e já derretido na tua boca, enquanto passas a ponta dos teus dedos pelo meu cú, aceleras mais e mais, e claro, o meu tesão em forma de explosão, não podia fazer outra coisa se não encher a tua boca com o meu orgasmo e ouvires os meus ruídos quase selvagens de prazer.

Agora és minha dona, e eu sou vítima da tua estratégia. Voltas-te novamente de costas para mim, voltas a oferecer-te, por isso, devoraste-me sem concessões. Querias eternizar o combate, alongá-lo, e rendo-me porque as tuas artes de mulher dominam-me, e vejo-me arrastado numa espiral de desejos, deixando-me levar sem querer, tão pouco lutar, separo as tuas pernas, agarro o meu sexo, massajo um pouco, passo os dedos no teu sexo, completamente molhado e penetro-o, enchendo-o, começo um vai e vem lentamente, enquanto um dos dedos da minha mão faz círculos no teu cú, isso dá-me uma excitação extra, porque sinto o meu sexo a inchar e a crescer dentro de ti e tu notas porque o teu sexo o acolhe como uma luva, ajustando-se, dentro e fora do teu e em redor, vibras para o fazer crescer, engrossar e alongar-se em cada movimento do teu quadril, o teu cú está relaxado, semiaberto, retiro o meu sexo de dentro do teu para penetrar o teu cú, reluzente, faminto e eu faminto dele.

Agora não há sussurros, não há gemidos, só gritos, loucos de prazer, só palavras pedindo mais, que exigem mais, que me pedem tudo e que rezam, quiçá, para que não pare nunca. É a loucura do prazer, a tua mão afaga o teu sexo, eu vou retirar o meu porque está muito inchado e não quero rebentar o teu cú, retiro-o e penetro novamente no teu sexo, pedes para não deixar o teu anel vazio, meto um dedo e masturbo o teu cú, enquanto o meu sexo delicia-se novamente dentro do teu, para acabar contigo, comigo. Não posso entrar mais em ti, ainda que quisesse, nem posso acelerar mais, ainda que a minha vida dependesse disso. Dou-te tudo, tudo o que sou, tudo o que puder ser, todo eu. Empapas-me dos teus fluidos da tua alma selvagem, escorrega pelos meus tomates, pelas tuas coxas, enchendo a cama, o meu céu, o meu inferno, a antessala da perdição. O orgasmo arde nas minhas veias, nas tuas, e chocam numa explosão que nos deixa derrubados sobre os lençóis, dois corpos enredados que não querem se separar, quem sabe, para poder voltar e escutar a dizeres apenas as três letras.

-Vem.

Beijos
J.